quinta-feira, 5 de julho de 2012

Era uma vez um império...


... e um escritor chamado Rudyard Kipling (1865-1936).

Kipling, autor inglês, nasceu em Bombaim e foi enviado com cinco anos para Inglaterra com a irmã, como era costume na época. Faminto de amor e atenção, Kipling foi maltratado e negligenciado pelo casal na casa do qual ficou alojado, e mais tarde, considerado um fracasso no colégio privado que frequentou, onde lhe tentaram impor regras e uma disciplina que lhe eram estranhas. Ao terminar a escola, e faltando-lhe o "necessário" para entrar na Universidade de Oxford, e não tendo os seus pais meios para lhe continuar a financiar a sua estadia na Grã-Bretanha, o pai arranjou-lhe emprego como editor assistente de um jornal na cidade de Lahore, no Punjab (atual Paquistão). E Kipling regressou à Índia aos dezasseis anos de idade. Desde aí, nunca mais parou de escrever.

Atingiu uma fama rápida, sobretudo devido às suas primeiras histórias, e ao modo como descreveu aquele que foi um dos maiores império coloniais do mundo, o Império Britânico. Apesar de reações críticas subsequentes, e a reputação de ultra-conservador e até nazi (algumas das primeiras edições dos seus trabalhos apareciam com uma suástica, embora na altura o partido nacional-socialista ainda não tivesse começado a utilizar a suástica como o seu símbolo. A utilização da suástica, por parte de Kipling, deveu-se apenas ao símbolo do Sol, a "svastika", utilizado em muitas religiões orientais, desde o hinduismo ao budismo), continuou a manter uma popularidade constante entre o público inglês, e mais tarde, mundial.

Rudyard Kipling recusou o título honorário de Sir, de Poeta Laureado e a Ordem de Mérito, mas viria a aceitar o Prémio Nobel da Literatura em 1907, tornando-se a pessoa mais jovem a alguma vez ter recebido esse prémio.

Mas se Kipling sobreviveu até aos nossos dias através dos seus famosos livros infantis, em especial "O Livro da Selva", pouco se fala dos seus livros para adultos ou da sua poesia. Um dos seus poemas mais célebres chama-se "If", e é ainda hoje considerado um dos poemas mais motivacionais de sempre. Contém uma série de regras para a vida "adulta" e máximas para a integridade pessoal, comportamento e auto-desenvolvimento. Linhas deste poema encontram-se gravadas por cima da entrada dos jogadores no Wimbledon's Centre Court.


If


If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise:

If you can dream - and not make dreams your master,
If you can think - and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools:


If you can make one heap of all your winnings
And risk it all on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breathe a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on!"


If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings - nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you,
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that's in it,
And - which is more - you'll be a Man, my son!

in "Rewards and Fairies" (1909)


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